sábado, 12 de dezembro de 2009

No momento de reflexão


Um dos abismos da criatividade humana é a porta do banheiro público. Com indicar que uma porta é do banheiro dos homens e outra do banheiro das mulheres, sem cair no óbvio? Está claro que este é um dos casos em que deviam deixar o óbvio em paz. mas não. As pessoas insistem em ser originais. Homem e Mulher. Damas e cavalheiros, ou simplesmente "H" e "M" não servem. Banheiro é uma coisa que embaraça tanto a todos que a solução ´´e procurada no outro extremo, na falsa descontração e no engraçadinho. tenho me dedicado a colecionar exemplos, vejam só. Naquela volúpia pelo inutil que ou acaba em loucura ou em tese sociológica.
Os camundongos Mickey e Minnie. Inescapáveis. estes eu já encontrei nos piores antros, em tocante contraste com a sordidez do resto. Mickey e Minnie em alegres e divertidas poses, como se por aquelas portas se voltasse à infancia ao invés de entrar em asfixiantes câmaras de fedor adulto. se o estabelecimento estover caindo aos pedaços, podes ter certeza que na porta para homens haverá uma cartola e uma bengala e na das mulheres uma sombrinha cor-de-rosa.
Machões e fofinhas. Uma vez, num lugar que não recordo agora, deparei-me com duas indicações sobre o genero dos banheiros: um limão e uma laranja. Fiquei uns bons minutos ponderando o significado oculto daqueles símbolos cítricos. Até me dar conta que era apenas "o" limão e " a" laranja. Ou será que a mensagem era outra e eu continuo não entendendo?
Outra vez, levei outros angustiantes minutos para descobrir que a cara do Karl Marx, tinha a mesma função do Mickey, não era propaganda. Não prestei atenção no que havia no das mulheres, mas devia ser a rosa Luxemburgo, provavelmente.
Este tipo de sofisticação pode levar a confusões. oq ue fazer quando numa porta está a foto do Oscar wild e na outra Gertrude Stein? Mas imagino que num lugar que se chegasse a esse tipo de sutileza não faria muita diferença. as duas portas dariam para o mesmo banheiro.
Quando a comunicação precisa ser rapida - em aeroportos, por exemplo- usam-se os simbolos consagrados do bonequinho de calças para o homem e do bonequinho de saias para as mulheres. Desprezando-se o fato de que a maioria das mulheres usam calças, hoje em dia. Também não se cogita o fato de que o eventual escocês de saiote imagine que exista um banhiero só para ele nos aeroportos.
Joãozinho e Maria. Adão e eva. Leõs (deus do céu) e domadoras. Deves conhecer vários exemplos, mas, por vaor, não me mande nenhum. Grata.




(Qual meu problema?)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Lados opostos

A soleira da janela, é encosto ao corpo cansado
Neblina no peito, condensada dor e letargia
A beleza estoteante do horizonte alaranjado
Era só evidencia de mais uma noite em claro

E num tempo que tem pressa, a noite se alonga
Trazendo na quietude, a sensação de abandono
Do outro lado da cidade, quem a vida prolonga
Sorri, e diz que dessa lado, um anjo vela o sono

Anjo...que queria o poder de ninar toda a dor
Cuja fé vacilante, hoje o faz impotente e vão
Camufla num sorriso o frio alojado no coração

Porque nem todo dia a alma é leve, e tudo é flor
Nem todo dia se consegue flutuar como pluma
Nem todo dia o sol faz dissipar a densa bruma...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ela dançou



Quando eu cheguei tudo, tudo
Tudo estava virado
Apenas viro me viro
Mas eu mesma viro os olhinhos

Só entro no jogo porque
Estou mesmo depois
Depois de esgotar
O tempo regulamentar

De um lado o olho desaforo
Que diz o meu nariz arrebitado
Que não levo para casa
Mas se você vem perto eu vou lá
Eu vou lá

No canto do cisco
No canto do olho
A menina dança
E dentro da menina
A menina dança
E se você fecha o olho
A menina ainda dança
Dentro da menina
Ainda dança
Até o sol raiar
Até o sol raiar
Até dentro de você nascer

Nascer o que há!

domingo, 25 de outubro de 2009

A espera

Surgem barcos no horizonte.
A saudade nos olhos sobeja
Da mulher apoiada na ponte
À espera de quem muito deseja.



Sua sombra projetada n’água
Tremula qual solitário pavilhão
Açoitado pelos ventos da mágoa
Abrigada em seu coração.



Lembra de um tempo distante
E voltar, ardentemente, deseja.
Olha o mar e num passo hesitante,
Curva-se para que sua alma veja



O rosto que tem no pensamento,
Refletido no espelho do oceano.
Por um instante, alivia o tormento,
Aumentado a cada ano



Quando em dia e hora marcados,
Da tardinha ao surgir do arrebol,
Espera com suspiros angustiados
Que ele venha com o sol



No seu barco azul como o céu
Levado pelas deidades do mar.
E pondo na cabeça o negro véu
Deita-se para cantar.

sábado, 24 de outubro de 2009

Amor proibido (?)

Antes de morrer queria muito viver
Um exuberante amor proibido,
Daqueles que ninguém haja tido
Para sentir nas veias correr



O sangue, tal qual a lava dum vulcão,
Queimando tudo, deixando só brasas.
Um amor que me transporte em suas asas,
Que não confesse que o seu coração



A outro amor há muito tempo pertence.
Mesmo assim, entregar-me-ia sem pensar,
Porque nada me impede de sonhar,
Como um bufão sob a lona circense,



No palco, onde seu encanto o transfigura,
Ao lembrar a mulher do seu passado
Que o fazia sentir-se feliz, amado,
Esconde a dor que no peito perdura.



Antes de morrer queria muito viver
Esse amor que causa tanta ansiedade
Que é antítese da felicidade,
Fonte do prazer e do muito sofrer.

Janela para o mar

Eis-me aqui, novamente,

Nesta janela para o mar

Olhando a tarde que se desfaz,

Na cantilena dos pássaros.

Tenho encantados os olhos

Com tanta graça e grandeza

Do dia virando noite,

Das luzes se acendendo

Nas janelas do casario,

Onde as pessoas se recolhem

Para o merecido descanso.

Coaxam sapos distantes

Cricrilam grilos brilhantes,

Salpicando com sua luz

O manto escuro da noite,

Fazendo-me sentir como é bom

Estar viva a cada dia;

Entender que a morte

É duro encargo que trazemos

A partir da concepção.

É essa certeza que faz os meus olhos

Ávidos por cenas pintadas

Na tela da natureza,

E incerta na minha voz uma prece

À inteligencia criadora

De tudo que há no universo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009


A Terapia Ocupacional é caracterizada pelo tratamento através de atividades. Estas sendo aplicadas de maneira direta ou indireta, física ou mental, ativa ou passiva, preventiva, corretiva ou adaptativa. As mesmas são relacionadas às necessidades terapêuticas, pessoais, sociais e culturais do cliente, refletindo os fatores ambientais que influenciam sua vida.

Terapeutas Ocupacionais trabalham com déficits físicos, mentais (transtornos psíquicos e cognitivos) e sociais; ou seja, com tudo que dificulte ou ameace a funcionalidade do homem (criança, adulto ou idoso), para que este não seja excluído da sociedade, ou seja, a Terapia Ocupacional é o tratamento das condições físicas, mentais e sociais, através de atividades específicas para ajudar as pessoas a alcançarem seu nível máximo de funcionalidade e independência.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009


E os três sorrisos juntos se perpetuarão...

"HAHA
Poxa, tomara que ela comece logo a beber cachaça, pra gente ficar assim, PORRONAS.

Ê!
Somos felizes!
êEEÊÊÊEÊêÊE^!"


Nunca quis tanto nós três tão juntas
(:

Das Montanhas

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Fred: Continua! continua!

...Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?

"Agora, agora!"

MEU AMOR CADE VOCÊ?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado

"de novo, de novo!"

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
"aquela parte, aquela parte!"

MEU AMOOOOR, CADÊ VOCÊ? EU ACORDEI, NÃO TEM NINGUÉM AO LADO!

"CONTINUA, CONTINUA!"

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...


Guys, obrigada pelas montanhas. :)

domingo, 4 de outubro de 2009

Apenas um "adentro" exposto


(...)
Sobram tantas meias verdades que
guardo pra mim mesmo
Sobram tantos medos que nem me
protejo mais
Sobra tanto espaço dentro do
abraço
Falta tanta coisa pra dizer que
nunca consigo...

A Lua


Na varanda onde o ar anda depressa

Vai embora na conversa

Nossa pressa de ficar

Na varanda onde a flor se arremessa

Onde o vento prega peça

Nos traz festa pelo ar

Na varanda a criança se debruça

Mãe, menina ainda fuça

Nos cabelos pra ninar

Na varanda onde a lua se levanta

Nossa rede se balança

Serenata pra acordar

Joga a trança busca o chão e não o céu

Qual barquinho de papel sonha ir de encontro ao mar

Joga a trança... E a noite vem sendo o descanso do sol

E a ponte vem sendo a distancia de quem tá só

Um sol Com a cabeça na lua

A lua que gira, que gira, que gira...

E a noite.... Um sol com a cabeça na lua

A lua que gira, que gira, que girassol

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Por ontem


O meu amor tem um jeito manso que é só seu

E que me deixa louca

Quando me beija a boca

A minha pele toda fica arrepiada

E me beija com calma e fundo

Até minh'alma se sentir beijada, ai

O meu amor tem um jeito manso que é só seu

Que rouba os meus sentidos

Viola os meus ouvidos

Com tantos segredos lindos e indecentes

Depois brinca comigo

Ri do meu umbigo

E me crava os dentes, ai

Eu sou sua menina, viu?

E ele é o meu rapaz

Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu

De me deixar maluca

Quando me roça a nuca

E quase me machuca com a barba malfeita

E de pousar as coxas entre as minhas coxas

Quando ele se deita, ai

O meu amor tem um jeito manso que é só seu

De me fazer rodeios

De me beijar os seios

Me beijar o ventre

E me deixar em brasa

Desfruta do meu corpo como se o meu corpo fosse a sua casa, ai

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ela


Acabou chorare, ficou tudo lindo

De manhã cedinho, Tudo cá cá cá, na fé fé fé

No bu bu li li, no bu bu li lindo. No bu bu bolindo.

No bu bu bolindo.

No bu bu bolindo.

Talvez pelo buraquinho

Invadiu-me a casa

Me acordou na cama

Tomou o meu coração

E sentou na minha mão.

Abelha, abelhinha...

acabou chorare Faz zunzum pra eu ver

Faz zunzum pra mim

Abelha, abelhinha

Escondido faz bonito

Faz zunzum e mel

Faz zum zum e mel

Faz zum zum e mel.

Inda de lambuja tem um carneirinho

Presente na boca.

Acordando toda gente

Tão suave mé que suavemente...

Abelha, carneirinho...

Acabou chorare no meio do mundo

Respirei eu fundo

Foi-se tudo pra escanteio.

Vi o sapo na lagoa

Entre nessa que é boa

Fiz zunzum e pronto

Fiz zum zum e pronto.

Ele

Ainda mexe comigo.


Que merda.

Papo de bar com o poeta

Ele me falou:
- a poesia é um risco

Eu respondi:
- arrisco

Eu lhe falei:
- a poesia não tem portas

Ele respondeu:
- não importa, ela se constrói.


(bar do parque)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Pronominais

Dê-me um cigarro.
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro?


Só pra descontrair.

Não me contive. Hehe

Isso aqui

Incrível como muito me ajudou (sem querer, até) uma pessoa. Sempre soube da existência disso aqui. Mas nunca quis um pra mim.
Mas desde ontem, preciso compartilhar o que vem de dentro. E por escrever tão bem, essa pessoa me encorajou (repito, sem querer) a expressar minhas angustias nisso aqui.

Obrigada, cara.

É assim que é

Os que não me agradavam, comecei a admirar. E, então, passei a perceber que o que amava, nem valia tanto a pena amar.
Por que as escolhas erradas primeiro? Nunca percebo o verdadeiro "eu" das pessoas, nem quando elas insistem em mostra-lo. Sempre demora pra ficha cair...

Ficha cair.
Expressão mais antiga, não? tão antiga quanto esse meu defeito de "desperceber"

Quando a estrela caiu

Verdades foram sacadas de nossas almas entediadas vivendo só de aparência. Os lábios ficaram secos, as lágrimas brotaram nos olhos, caiu do céu a última estrela, deixando no ar notas soturnas do canto do nosso adeus. Não vamos nos estilhaçar,restaram os frutos da árvore da vida que vivemos um dia.Sigamos nossos caminhos aprendendo a ouvir por dentro as palavras sensatas do coração. Inalteráveis, elas atravessam o tempo, com a mensagem no seu bojo, um longo grito na noite
e nós, surdos, não as ouvimos.